quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Nada Mais Importa

Hoje a conversa no Sótão da Gina não tem nada de científico e pode apenas cair na classificação de um mero gosto pessoal, mas ainda assim atenta a reflexão sobre sermos genuínos nas nossas escolhas, tendo em conta, que na verdade nada mais importa.

Nada Mais Importa

O início desta conversa sobre “nada mais importa” deu-se com a pergunta:

- Qual é a música da tua vida?

A anfitriã do sótão que é simultaneamente a autora deste escrito responde de imediato:

- Nothing else matters dos Metallica.

- Por entre risinhos ou comentários do tipo – pois tu gostas de rock e tal… lembrei-me de um amigo que há anos me dizia: - tu estás sempre atenta à letra! Uma verdade.

Diz-se que gostos não se discutem e com toda a razão. Já noutras áreas e outros assuntos aqui retratados refiro sempre a importância do que algo significa para mim ser totalmente diferente para outro, e dai a conversa sobre o que nada mais importa, poder ser para mim  algo bem diferente do que lhe importa a si que me está neste momento a ler.

Nada Mais Importa

Tudo é importante e tudo deve ser respeitado – mais um dos meus motes.


Voltando à música e antes de revelar porque “Nothing else matters” dos Metallica, é a música da minha vida, desengane-se quem não me conhece - não gosto apenas de rock, aliás Metallica nem é rock mas sim metal.

Para aos musicalmente intelectuais quando dou a minha resposta de me considerar ecléctica na área musical, levo logo um erguer de sobrolho ou um olhar por cima dos óculos ou ainda um “hum”.

Na verdade, este ecletismo musical não passa de um mero gosto pessoal, e é tão vasto que tanto gosto de ouvir Cecilia Bartoli ou  Kiri Te Kanawa, como não só os Metallica ou os nossos portugueses  MoonspellExpensive Soul, Berg, Ana Moura ou Jorge Fernando entre tantos outros, alguns até desconhecidos do grande público.

Para mim, e passe a redundância do pessoalmente, toda a música de que gosto tem de me soar bem tanto na melodia como na lírica, tem de me fazer sentir emoções a cada momento que repito ouvir aquele som, não importando o género mas sim a qualidade ao meu ouvido, ao meu gosto.

Regressando agora ao tema de que nada mais importa, revelo que a razão de o tema “Nothing else matters” dos Metallica ser a canção da minha vida, é não só, porque a peça é considerada por muitos entendidos uma obra-prima dos nossos tempos, mas também porque a letra diz-me tudo o que mais me importa, ou seja encontro na sua lírica os meus ideais de sempre e que basicamente se resumem, em saber o que verdadeiramente me importa a mim, exclusivamente a mim, mas unindo-se indubitavelmente, num elo, a todos a quem eu quero e me querem bem .


Nada Mais Importa

No Sótão da Gina a conversa foi animada como sempre, com gostos e razões bem diversos mas deixou um misto de emoções a pairar no ar, quando alguém se lembrava de uma música, que particularmente lhe tocou num certo dia especial e que a deixou a reflectir que verdadeiramente nada mais importa. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Inteligência e Simplicidade


Os diálogos no Sótão da Gina recebem quase sempre influência sobre algo que se viu ou ouviu recentemente, e hoje, esta conversa sobre inteligência e simplicidade não sofre qualquer alteração, mas mais adiante perceberá a razão.

Inteligência e simplicidade parece que rimam, que andam de mãos dadas, que uma quase não consegue viver sem a outra – exagero de palavras? – Talvez sim, talvez não! Depende sempre da perspectiva, e a nossa pode ser diferente da sua, ou apenas mais uma.

Inteligência e Simplicidade

A inteligência parece tão óbvia aos inteligentes que não precisa de apensos ou artefactos;  por si só, ela já basta como a maior e mais potente ferramenta de trabalho. Por outro lado é uma herança genética que se aliada à perspicácia, o seu portador é rico e às vezes nem sabe a riqueza que tem. Mas há muitos que sabem, que valorizam a sua inteligência de tal forma que não dão importância aos tais  apensos ou artefactos de menos relevância, dando assim lugar a que a simplicidade ande de mão dada com a sua maior riqueza – a inteligência.

Confuso?

Vamos a um exemplo, que poderiam ser vários, mas este é apenas porque foi o que deu aso à conversa:

Ontem no Telejornal da SIC passou uma reportagem/entrevista de Lourenço Medeiros que para quem não sabe, é na SIC um especialista em tecnologia, a Eugene Kaspersky o CEO da Kaspersky Labs, que esteve recentemente em Portugal.

Inteligência e Simplicidade
A entrevista a Eugene Kaspersky sobre questões de segurança na internet foi interessantíssima, mas o que nos cativou, deixou a pensar e originou esta conversa, foi para além da simplicidade demonstrada nas respostas às perguntas, que o Lourenço Medeiros fez a Eugene sobre as suas preferências para as férias, e que se resumem em encontros com a natureza, no fim Lourenço realçou que Eugene usava um telemóvel com 7 anos e um relógio de plástico. Ou seja – apenas o que é necessário, sem exageros nem futilidades.

Quem quiser saber mais sobre este russo de grande inteligência e simplicidade pode espreitar o seu  blog aqui , que por si só é uma enciclopédia de saberes e sabores de uma vida ricamente preenchida que aqui no Sótão da Gina valorizamos. Sabemos que há muitos como Eugene Kaspersky mas hoje foi a sua vez de falarmos dele.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Edgerank, o Algoritmo do Facebook

 A conversa hoje no Sótão da Gina seria talvez mais bem entendida por informáticos, mas inútil por tratar de um assunto já por si conhecido por isso dedicamos às senhoras que também percebem ainda que superficialmente destas questões mas que não estão muito por dentro do Edgerank, e para qualquer um que deseje saber o essencial sobre este assunto que lhes dará alguma  noção da razão porque  certas coisas acontecem no Facebook.   Cremos que falar sobre o Edgerank – o algoritmo do Facebook é interessante e útil para a maioria de quem nos acompanha  porque ajudará a perceber algumas questões interessantes para uns, irritantes para outros, e que para outros ainda lhes passa completamente ao lado.


Edgerank,  o Algoritmo do Facebook
Segundo a Wikipedia “um algoritmo é uma sequência finita de instruções bem definidas e não ambíguas, cada uma das quais pode ser executada mecanicamente em um período de tempo finito e com uma quantidade de esforço finita.” e continua…  um algoritmo não representa, necessariamente, um programa de computador , e sim os passos necessários para realizar uma tarefa…”

Sem mais maçadas de definições sobre algoritmos, sabemos que na computação os ditos são reis e quem os sabe definir e programar tem o mundo da computação nas suas mãos ou melhor no seu cérebro. 

Edgerank,  o Algoritmo do Facebook
A programação de algoritmos está cada vez mas sofisticada e por isso cada vez nos sentimos mais seguidos e perseguidos em tudo o que fazemos online.

Se a Google está constantemente a trabalhar para melhorar as nossas pesquisas e para isso vai aperfeiçoando os seus algoritmos, o Facebook fá-lo em nome de quê?

 - Supostamente para melhorar a sua/nossa experiência, mas a sua ou a minha é certamente diferente da das empresas que utilizam a plataforma para os seus negócios certo?

No início em 2004,  o Facebook começou a ser utilizado como uma qualquer outra rede social, mas mais de 10 anos depois é uma empresa cotada em bolsa utilizada por mais de um bilião de utilizadores onde muitos são empresas que negoceiam e vendem os seus produtos a partir dessa plataforma; daí a implementação dos melhores e mais sofisticados algoritmos tem a ver com o negócio e não com a experiência de lazer de uma outra rede social.

Edgerank,  o Algoritmo do Facebook
Ao longo dos anos, certamente que os mais atentos foram-se apercebendo que a sua “dita” experiência no Facebook ia sendo diferente, ora pela publicidade dos chamados links patrocinados, que passaram do lado direito para a sua frente fazendo com que fosse mais fácil ficar confundido e clicar, sem pensar que se tratava de publicidade; ou por outro lado, também deixaram de ver todos os posts dos amigos ou páginas preferidas. Tudo isto se deve à constante actualização e aperfeiçoamento do algoritmo com o nome de Edgerank.

O Edgerank funciona como uma espécie de filtro muito embora o Facebook não admita a palavra filtro, a verdade é que funciona assim mesmo, filtrando e mostrando aquilo que cada utilizador é capaz de gostar mais e mostrando-lhe cada vez mais os conteúdos patrocinados, ou seja os que são pagos para ali estar, porque cada clique vale X que é pago ao Facebook 

À medida que o tempo passa dar-se-á conta que há páginas ou amigos que acaba por nunca ver, parecendo que nunca mais publicaram nada, no entanto se for individualmente a essa página e colocar lá algum comentário passará a ver o que lá é partilhado.

Edgerank,  o Algoritmo do Facebook

Nas regras que o Edgerank segue, uma das a nível pessoal , é por exemplo, dar destaque aos posts de parabéns ou felicitações de algum tipo; por outro lado se estiver alguns dias sem partilhar nada, quando o fizer o Edgerank faz com que o que partilhou seja de imediato visível como que - olá, voltei, estou aqui de novo!  

Quanto às páginas que gosta não basta colocar gosto e pronto… se não colocar gosto no que lá é partilhado ou comentar, vai deixar de ver essa página, a não ser que a mesma opte por pagar para fazer publicidade e passe a aparecer perante os olhos de milhares de usuários a serem convidados ao clique.

Edgerank,  o Algoritmo do Facebook
Se não há nada de mal no facto da empresa Facebook Inc ter inteligentemente, e de forma bastante perspicaz, enveredado por um negócio cada vez mais lucrativo, também não há nada de mal em  sabermos a razão das coisas para as podermos utilizar da forma que nos é mais conveniente, e é por essa  razão que a conversa sobre o algoritmo do Facebook chamado Edgerank se iniciou hoje no Sótão da Gina – sem maçar com pormenores técnicos, procurámos deixar apenas a essência mais importante para uma melhor compreensão do que se passa nas filtragens do Facebook.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O Que o Homem Pensa do Dia dos Namorados

O Que o Homem Pensa do Dia dos Namorados mas não diz é a conversa que surgiu hoje no Sótão da Gina a propósito do dia de S. Valentim que se aproxima em diversos países.


Vários mártires da antiga Roma tinham o nome de Valentim, pudera – a valentia necessária para amar e ser amado não é para todos ou pelo menos não dura muito para todos – mas foi por via das lendas associadas aos distintos Valentinos da antiga Roma que nasceu e foi crescendo, o aproveitamento comercial que posteriormente foi estendendo-se até por países que nunca tinham ouvido falar nem nos Valentinos, nem no dia dos namorados, como é o caso de Portugal.

O Que o Homem Pensa do Dia dos Namorados
Contrariamente ao que muitos pensam este dia não é celebrado no dia 14 de Fevereiro em todos os países, no Brasil por exemplo é celebrado a 12 de Junho, véspera do dia de Sto. António conhecido pelo santo casamenteiro.

Mas estando nós a uma semana do dia dos namorados em Portugal, as mulheres do Sótão da Gina começaram uma conversa muito típica de mulher do tipo: - o que é que os nossos homens nos vão oferecer? – que surpresa vamos receber?

Desta conversa surgiu a dúvida sobre, o que na verdade, os homens pensam sobre este dia de S. Valentim, mas não admitem, ou se comungam da mesma felicidade das mulheres.

Há homens românticos, mas a maioria são tão práticos como pragmáticos e portanto limitam-se a ir na onda das mulheres acabando por alinhar na vaga social e comercial do dia de S. Valentim – vulgo namorados, e assim cumprirem com a surpresa ou o presentinho da praxe, simplesmente porque é o que lhes é esperado, e porque caso contrário a penalização ser-lhes-á servida bem fria.

O Que o Homem Pensa do Dia dos Namorados

Claro que o homem não diz que não aprecia estes dias em que é obrigado a fazer algo que o retira da rotina de que tanto gosta, apenas para cumprir calendário e para que as suas caras-metade se sintam felizes porque é inteligente, mas conseguimos que no anonimato alguns amigos admitissem isso.

De facto, também os há românticos que não resistem a serem uns queridos e se desdobram para agradar a sua amada neste dia, mas parece que a maioria dos homens não gosta de sentir a pressão de cumprir com esta recente tradição em Portugal do dia dos namorados porque sabe que a comparação que as mulheres fazem é inevitável e deixa-os inseguros. 


O Que o Homem Pensa do Dia dos Namorados
Românticos ou pragmáticos – o que o homem pensa do dia dos namorados mas não diz – é que no Sótão da Gina nada disso importa porque na realidade, por aqui, considera-se relevante celebrar qualquer dia que seja importante para o amor, seja ele no dia de S. Valentim ou em qualquer dia do ano; o essencial é celebrar por espontânea vontade e na intimidade a dois, e nunca para mostrar serviço cumprido. 

Já agora sintam-se à vontade em comentar o  pensam porque nós sabemos guardar segredo!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Cozido à Portuguesa

Cozido à Portuguesa – a origem e a tradição a não perder


Em pleno Inverno pensa-se em pratos quentes que nos aconchegam o estômago e nos aquecem a alma, e no Sótão da Gina a conversa sobre o cozido à portuguesa surgiu por várias razões, mas a principal talvez tenha sido a leitura de vários artigos, um deles no The Guardian que pode consultar aqui, sobre os benefícios em beber caldo de carne; de imediato, o pensamento levou-nos à nossa tradição a não perder - o nosso prato tão tradicionalmente português – o cozido à portuguesa e o seu caldo ou sopa de cozido.

Cozido à Portuguesa
Na gastronomia, é fácil chegar à conclusão que por muito que se invente, os pratos mais tradicionais são os mais ricos em termos nutritivos -  que se podem adaptar, podem -  mas a base mais importante está sempre no original.

Porque quem procura acha, a conversa não podia ficar completa se não se conseguisse chegar à conclusão da origem do cozido à portuguesa. Se por um lado o nosso amigo motor de busca Google facilita e ajuda a encontrar o que outrora só se conseguia em enciclopédias, por outro lado pode levar-nos à irritação quando nos leva primeiramente a blogues que se limitam a fazer “copy/paste” uns dos outros com informações em nada correctas e algumas, um pouco sem sentido, ou até absurdas.

Cozido à Portuguesa

Encontrámos um rol de blogues a afirmarem que na origem do cozido à portuguesa estava, e passo a citar: -  “ … antigamente os mais pobres não possuíam muito dinheiro, como é óbvio, a solução para aproveitar as sobras era pôr tudo numa panela e cozer até se apurar uma refeição com bastante consistência com fim de lhes dar energia …”; ainda outra conclusão não menos interessante: - “o cozido à portuguesa tem origem judaica. No Shabat os judeus não podem, dentre outras coisas, acender fogo e cozinhar. Então cozinhavam na véspera carnes e vegetais, que seriam consumidos após o pôr-do-sol do dia do descanso”. Ora, se na primeira hipótese a afirmação de  - antigamente os pobres não tinham muito dinheiro e punham tudo numa panela a cozer, o cozido à portuguesa não é de todo um prato barato pois devido à sua variedade de carnes e enchidos, para não falar nos legumes, verduras e leguminosas é de facto um prato até dispendioso; a segunda é ainda mais absurda porque os judeus não comem carne de porco e uma das carnes que abunda no cozido à portuguesa é a carne de porco.

Mas adiante, porque quem procura acha... pode levar algum tempo, mas acha!

Sopa
 de Cozido à Portuguesa

Afinal, segundo Virgílio Nogueiro Gomes, um verdadeiro entendido na matéria de gastronomia portuguesa e as suas origens, numa das suas crónicas que podem ler aqui na integra, refere que “ a primeira receita escrita do cozido em Portugal é publicada na Arte de Cozinha de Domingos Rodrigues, 1680, e que tem a designação castelhana de “Olla Podrida”. E diz ainda – “ De acordo com a cozinha que se inscreve naquele livro, cozinha palaciana ou de mesas abastadas” . Ora isto já nos parece uma informação bastante mais credível, e para quem queira saber mais sobre a gastronomia tradicional portuguesa pode comprar olivro de Virgílio Nogueiro Gomes – “Tratado do Petisco”,  por aqui tal como nós já fizemos e  apenas aguardamos o envio por correio.  

Agora já sabendo a origem desta tradicional iguaria portuguesa que consiste numa refeição completa, e não só…(ver dica no fim) a conversa insiste na riqueza do prato pela diversidade de carnes, legumes, verduras e leguminosas mas também porque os nutrientes que compõem o caldo pela cozedura de todos os ingredientes torna-o dos mais nutritivos da nossa gastronomia.

Assim, antes ou depois de comer o belo cozido à portuguesa que no Sótão da Gina consideramos uma tradição a não perder, a sopa ou o caldo do cozido com a respectiva folha de hortelã é o caldo verdadeiro néctar dos deuses que nos revigora a alma para mais uns dias de Inverno.

Caldo de Cozido à Portuguesa

Já agora uma dica: se lhe sobrar cozido, guarde bem acondicionado no frigorífico por alguns dias e depois prepare uma bela feijoada à transmontana com todos os ingredientes que sobraram, incluindo o caldo.

Bom apetite!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Uma Questão de Semântica?

Jogo de palavras é hoje o tema escolhido para a conversa no Sótão da Gina a propósito de alguns termos muito usados pelos portugueses, que nos leva a questionar o verdadeiro objectivo da sua utilização, ou, se se trata de uma questão de semântica.


Uma Questão de Semântica?

Há palavras ou termos que entram na banalização, no ridículo ou pura deturpação porque alguém lhes achou piada e as replicou até à exaustão tornando-as virais. Se por um lado, uma palavra específica ou um termo é lançado pela comunicação social, é certo e seguro que é feito com um propósito equivalente à mesma forma utilizada em marketing e publicidade; por outro, e essa é a questão que nos leva a interrogar qual o objectivo (?), qual será o propósito de, as pessoas comuns, utilizarem esses termos ou palavras no seu dia-a-dia!

Em qualquer jogo de palavras ou a sua intenção, quer seja o pensamento a gerar a palavra, ou a palavra a gerar o pensamento, é a semântica que distingue o significado das palavras e não o tom ou intenção de persuasão na forma como são utilizadas levando à falácia, que fará dar mais importância ao tema abordado.

Uma Questão de Semântica?

Por exemplo, sabemos bem que em termos simples a gripe é um vírus, então porque insistir que qualquer infecção respiratória, até mesmo a mais banal constipação seja baptizada de gripe?

Será a necessidade de aumentar a gravidade que está quase sempre intrínseca no que se diz ter ou ser?


Ainda na área da saúde, a palavra depressão é utilizada de forma tão exagerada que dava para outra conversa ainda mais alargada, mas por agora ficamos apenas por referir que - depressão não é uma doença mas sim um estado de espírito que pode levar a desequilíbrios na saúde, e não – não se tem uma depressão por não ter comprado aqueles sapatos “lindérrimos” que não conseguimos comprar ou porque está de chuva, ou porque tivemos um desgosto de amor, ou porque o filho teve más notas, ou porque ficámos desempregados , ou por qualquer problema que pode normalmente surgir no dia-a-dia de cada um de nós.

Uma Questão de Semântica?

Nos jogos de palavras, os exemplos são mais que muitos e sem querer exemplificar os mais badalados na politica, na publicidade ou na comunicação social, porque tornaria esta conversa interminável, apesar de nos parecer, por vezes, enternecedora a forma como se usa a palavra “adoro”, não deixámos de nos rir de forma muito “carinhosamente sarcástica” sobre as mil e uma maneiras de adorar de hoje em dia, ou seja - de quase nada se gosta mas sim adora-se.

Entre adorar a Deus, ou chocolates, ou o iPad ou o tal par de sapatos “lindérrimos”, ou o marido, ou os filhos, ou o vizinho, ou até o amigo virtual, vai alguma distância, e  aqui no Sótão da Gina pensamos que muito provavelmente neste jogo de palavras ou há algo errado na semântica ou então há falta de fitas métricas.


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