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sábado, 20 de setembro de 2014

Somos o Que Comemos?

O Outono aproxima-se a passos acelerados demais para meu gosto, e nem nos dá tempo a saborear os últimos churrascos de Verão. No Sótão começa-se a pensar naquelas refeições dos dias mais frios acompanhados de um bom vinho tinto e boa companhia à lareira, mas ainda falta algum tempo, e por isso dá-se largas, outra vez, à conversa sobre a alimentação saudável questionando-se se a teoria de Hipócrates que deu origem à frase “Somos o Que Comemos” tem hoje em dia algum fundamento importante.

Somos o Que Comemos?
Há mais de 2500 anos, Hipócrates, considerado o pai da medicina, dizia que “Somos o Que Comemos”, e reflectindo sobre os seus estudos e descobertas, dizia que as epidemias de então tais como a malária, papeira, pneumonia e tuberculose relacionavam-se com factores climatéricos, raciais, do meio ambiente onde se vivia e dietéticos.

Mais de 2500 anos depois, e muito apesar de uma generalizada emigração e globalização, a sua teoria está inegavelmente correcta, mas há que acrescentar algo que Hipócrates então desconhecia e que vem alargar a discussão e em alguns casos alguma confusão:

- O factor genético e a mutação do mesmo.

O código genético de cada um de nós dá-nos uma autenticidade única, fazendo com que os alimentos que ingerimos tenham reacções diferentes nos membros de família directa onde o mesmo foi herdar um bocadinho de cada membro mas sempre com alguma nuance diferente, fazendo-o completamente genuíno, ou seja diferente.   

Portanto nos dias de hoje ao dizer-se “somos o que comemos” não se está a ser completamente correcto porque a medicina já “estudou essa lição”, e sabe que o factor genético também tem um papel preponderante no estado de saúde de cada um de nós, predispondo-nos mais ou menos a certas reacções, alergias, sensibilidades, ou até de doenças.

Graças à Medicina Funcional e Integrativa, hoje já se pode olhar para a pessoa como alguém com individualidade própria tratando-o de forma única, mas infelizmente este tipo de medicina ainda não está disponível em todo o mundo. Por exemplo em Portugal há apenas a Dra. Cristina Sales e a sua equipa,  a integrar este tipo de medicina por muitos ainda desconhecida.  

Pela porta da Medicina Funcional e Integrativa entrou a Nutrição Funcional que engloba os conhecimentos das Ciências da Nutrição e Alimentação e enriquece-os com o reconhecimento de que cada indivíduo é único:

1 -  É único no conjunto dos seus genes e na expressão genética que favorece e estimula.
2 - É único na forma como, imunologicamente, tolera ou não tolera os alimentos que habitual e regularmente ingere. Nesta tolerância / intolerância reside, escondido, um factor de modulação da nossa saúde e bem-estar.
3 -É único na inter-relação sinérgica de ritmos biológicos, de trabalho, de lazer, de descanso.

Há anos que abundam as dietas disto e daquilo, cada especialista defende-a como se a sua fosse a melhor. Lembro-me que quando estudei Ciências da Nutrição nos anos 80, o que estava na moda era a Macrobiótica, que no fundo mais não era que um tipo de dieta vegetariana e que nunca me convenceu mesmo depois de terminar o curso e saber de trás para a frente as vantagens e desvantagens da mesma. Perguntarão porquê? – Porque procuro sempre o equilíbrio em tudo e muito mais na alimentação que nos sustenta no dia-a-dia.

Somos o Que Comemos?
Nasci na Europa, em Portugal, fui habituada a uma alimentação baseada no regime mediterrânico que inclui carne, peixe, lacticínios, cereais, legumes e frutas, sempre fui saudável, por que razão mudaria? Pessoalmente não teria razão nenhuma para mudar, mas esta minha razão não serve para todos, precisamente, porque o factor genético tem tanta influência na forma como o nosso organismo reage, resiste ou rejeita certos alimentos.

As dietas continuam a surgir com nomes mais ou menos interessantes, a Paleo por exemplo, talvez a mais recente com o nome mais antigo, consiste num regime baseado nos alimentos ingeridos pelo homem das cavernas ou seja o Paleolítico.

À medida que surge uma nova dieta surge também uma nova onda em que as opiniões divergem quase sempre. Porque a nutrição é não só uma das minhas áreas de formação, mas também de contínuo interesse, procuro manter-me informada ao longo dos anos sobre novos estudos e descobertas e chego à conclusão que nunca se chegará a nenhum consenso objectivo e válido de igual para todos, por isso a minha regra de ouro que é: - nada de excessos,  e na variedade é que está o segredo, sobre a qual já escrevi em Verdades sobre Uma Alimentação Saudável , continuará a ser o melhor conselho ou pelo menos um de bom senso.

Antes de terminar esta conversa, que já vai longa, sobre as afirmações de Hipócrates que “somos o que comemos” e que ainda hoje têm algum fundamento, gostaria de convidar quem me lê e domina o inglês, a ver um vídeo interessantíssimo, em que o Dr. Frank Lipman, Fundador e Director do Eleven Wellness Center, Dr. Mark Wyman - Chairman do Intitute of Functional Medicine e o Dr. Joel Kahn – Cardiologista e autor de Holistic Health Book, onde debatem e divergem sobre o consumo do açúcar, gorduras, glúten, lactose, entre outros, mas  terminam concordando que o importante é “comer os alimentos que Deus nos deu em vez dos que o homem faz”. Podem ver o vídeo aqui, asseguro-vos que são quase 30 minutos que valem a pena.  
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