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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Santos de Casa não fazem Milagres

A conversa não é meiga, não vai acompanhada de fotografias belas, e nem vale a pena saber porque veio à baila hoje este assunto, até porque pode ser tão recorrente nas conversas do dia-a-dia, que no Sótão da Gina até já quase que o consideramos banal ao de volta em vez, dizer “santos de casa não fazem milagres”.

Colocando o dedo bem no centro da ferida e escarafunchando bem no significado deste ditado popular português “santos de casa não fazem milagres” não podíamos deixar de mencionar o assunto que tantos, enquanto, outros tantos fazem de conta que não é bem assim: o assunto do acolhimento dos refugiados vs os nossos sem-abrigo.

Santos de Casa não fazem Milagres
Que melhor não assenta o ditado “santos de casa não fazem milagres” a este assunto (?!) que assola uns, incomoda outros, enquanto que, a outros é assim como que algo que tanto lhes faz,  até  porque estamos na altura de oferecer uns quantos casacos e mantas,  mais umas quantas ceias aos sem-abrigo e com isso a alma fica lavada até para o ano que vem.  Isto numa margem de um rio bastante largo, porque na outra margem estão os refugiados que ao chegarem a Portugal são recebidos como VIP´s no aeroporto, bem acolhidos e  bem acomodados em boas casas e com bons subsídios para assim fazerem uma vida digna e confortável.  

Lamentável este rio tão largo que nos separa.

Os nossos santos, de facto, não conseguem fazer milagres em sua própria casa.  

Os nossos sem-abrigo não precisam só de casacos, mantas e uma ceia de Natal. Precisam sim, urgentemente de psiquiatras e psicólogos para os tratarem e ajudarem a serem reintegrados  nas suas famílias e na sociedade. O associar os sem-abrigo a pessoas que não têm casa porque não têm emprego é no mínimo enganador, quase-quase a dar para o embuste.

Dar casacos, mantinhas, sopinhas e ceias de Natal aos sem-abrigo convêm muito às múltiplas IPSS e afins que vivem à conta de pagamentos dos nossos impostos, e por isso a abordagem é colocar um penso em vez de curar a ferida.

Em Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia fez um levantamento em 2013, sinalizando os sem-abrigo de Lisboa, mas falta o resto, todo o resto do quase nada já feito - por isso colocam-se tantas questões que nos fazem repetir vezes sem conta com alguma mágoa – os nossos santos não fazem milagres na sua própria casa porquê?

 - Se para os refugiados surgiram muitos mais voluntários que refugiados

- Se para os refugiados multiplicaram-se as associações, fundações, confederações, IPSS, comunidades, bancos, redes, e um mais não sei o quê de aglomerados de gente conhecida a apoiar a fazer um não sei o quê

- Se para os refugiados a UE disponibilizou fundos para lhes oferecer todas as benesses para uma vida digna

- Se para os refugiados quem não apoia é considerado indecoroso ou xenófobo

E afinal dos quase cinco mil que nos foram alocados só 50 aceitam vir para este nosso rectângulo à beira-mar plantado de gente, onde muitos dos ditos e ditas empresas de voluntariado, movem-se não com combustível voluntário e gratuito mas sim com combustível chamado euros e mais euros em subsídios da UE. Triste, e indecoroso!

Para os nossos sem-abrigo é preciso o quê? É preciso mover qual céu e qual terra, para mobilizar toda uma comunidade tão qualificada como a dos refugiados? À pois – a UE não paga subsídios para reintegrar os seus sem-abrigo… Triste, e indecoroso!

Santos de Casa não fazem Milagres

Lamentável este rio tão largo que nos separa.

Os nossos santos, de facto, não conseguem fazer milagres em sua própria casa.

Santos de Casa não fazem Milagres Mesmo! No Sótão da Gina, se dúvida houvesse, finalmente percebemos porque este ditado é português!

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