domingo, 15 de novembro de 2015

Agradar a Quem ?

Homens tentam agradar a mulheres, mulheres tentam agradar a homens, funcionários tentam agradar a patrões, amigos tentam agradar a amigos, filhos tentam agradar a pais, pais tentam agradar a filhos, e poderíamos continuar numa lista infindável de quem tenta  agradar a quem (?) nesta conversa de hoje no Sótão da Gina,  sem chegar a nenhum consenso porque cada um tem a sua opinião bem vincada e sabe a quem há-de agradar, ou não…

Na sociedade actual em que tudo deve ser supostamente  rápido, muitos vivem experiencias quase todas efémeras, e daí agradar ou não agradar acaba por não ter muita importância – é assim como que um “soma e segue”; enquanto que para outros, pelo contrário, basta-lhes agradar a tudo e todos porque é mais fácil e rápido. Tanto aos primeiros, como aos segundos falta-lhes a verdadeira percepção do que é agradar a si, ao próprio, ao seu eu, que é nada mais nada menos que o ser mais importante da sua vida, e muitas vezes nem pararam sequer para pensar nisso.

Agradar a Quem?
Não é mau tentar agradar a quem se ama, a quem se gosta, e nisto estamos todos de acordo, mas nunca deve ser de forma mecânica, automática, do fazer por fazer, por obrigação, por pena, ou pior ainda - à espera de alguma espécie de retorno.

Não deve haver nada mais gratificante que agradar a alguém que se ama ou se gosta pelo imenso prazer que lhe dá a si – é como um agrado-te porque me agradas sendo apenas quem és. Mas este privilégio só está disponível aos despertos e dispostos que, normalmente, são também bem-dispostos porque conhecem a felicidade de perto e por consequência  são de sorriso fácil.

Mas será que o agradar também tem a ver com tempo e o alegado falta do mesmo? Repare que a palavra “alegado” não foi colocada ao acaso e já lá iremos! Já o Principezinho dizia à Raposa que não tinha tempo quando ela lhe dizia – “Cativa-me” no livro de Saint-Exupéry. Na verdade, logo de seguida assumiu que não sabia o que a palavra significava, ao que a Raposa lhe respondeu: “criar laços”. Ou seja, ele, que nem sabia o que a palavra significava, prontificou logo a resposta de não ter tempo. Parece ser mais fácil dizer não ter tempo em vez de dizer a real razão de não querer cativar ou agradar – dá trabalho?  – é preciso justificar?, é preciso identificar a sua identidade (passe a redundância) ?  ser frontal? deixar a sua marca doa o que doer? – Talvez seja tudo isso, mas também é ser igual à sua génese, ser verdadeiro, ser real em vez de uma cópia de um outro qualquer.

A sociedade está mais vocacionada para ensinar-nos a seguir o caminho das maiorias, mas será que esse caminho é o correcto para mim? E para si? Já pensou? Afinal, quer agradar a quem, à sociedade ou a si? Quem manda em si, a sociedade, ou você? Quando referimos a sociedade é apenas a título exemplificativo, poderíamos usar o pai, a mãe, o marido, a mulher, etc.

Agradar a Quem?
Se é daquelas pessoas que se importa mais daquilo que os outros pensam de si do que propriamente o que você pensa de si, então esta conversa de hoje, no sótão, não lhe diz nada e pode seguir a assobiar para o lado porque vai continuar certamente a fazer parte daqueles que agradam a tudo e todos porque sim – porque é mais fácil e usam a desculpa do não ter tempo assim do tipo: - olha, estava agora mesmo de saída, mas gosto muito de ti, adoro-te, depois falamos! A falta de tempo, nestes casos, é apenas uma desculpa para evitar a verdade, e esta pode ser tão simples como “hoje não me apetece”, porque os nossos ritmos são simplesmente diferentes.

Agradar, cativar, criar laços  -  dá trabalho, mas nada se faz sem trabalho, sem empenho, sem fazer as opções certas para si, esquecendo os estigmas e tabus que outros podem carregar e tentar descarregar nos seus ombros.

Agrado-me , cativo-me, crio laços com o meu eu, porque sou o ser mais importante desta minha vida,  e depois vou oferecer a todos os que escolho, um a um, dando um pouco ou o  muito  de mim, na minha medida certa,  agradando, cativando, criando e fortificando laços, ou então pelo contrário – sem deselegância,  dizendo não,  cortando laços, fechando portas, justificando o real porquê sem desculpas ou rodeios  falsos  –  porque seja qual for a razão só assim consigo agradar-me e assim  sentir o prazer que a vida me ofereceu quando nasci: -  o de fazer “eu” as minhas escolhas, a ter uma voz, ser eu a seleccionar  a quem agrado para além de mim - mas esta é a opinião da interlocutora e talvez não transpareça a opinião total no Sótão da Gina, onde as opiniões se dividem pelas personalidades diferentes que moldam, limitam  e por vezes incapacitam de viver mais em plenitude. Por isso, por haver todo um universo de conceitos diferentes, pergunte-se hoje “agradar a quem?”  e faça depois uma reflexão sobre o assunto.

Bom domingo, fique bem e se quiser ouça o Diogo Piçarra no tema Verdadeiro que lhe dará mais uma perspectiva sobre este tema de Agradar a Quem? 



quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal

 E é isto, até no Sótão da Gina se falou em política, ao que isto chegou?! Pois é… o ruído sobre este assunto é tanto, que até aqui se falou no que normalmente fugimos a sete pés, porque somos literalmente a favor de “a César o que é de César” e neste sótão não há ninguém especialista em política, mas hoje, e fervorosamente, falamos sobre o que é isto de esquerda, direita e a democracia em Portugal.

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal

Porque é que existem estas definições de esquerda e direita? Indo aos primórdios para melhor compreender, tudo começou em França durante o processo revolucionário começado em 1789 num evento denominado - Revolução Francesa (1789-1815). Ora os Girondinos, considerados moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia, enquanto os Jacobinos, radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. Assim, e de raciocínio generalizado e simplista, os de direita, considerados conservadores defendem o liberalismo e eficácia da economia de mercado, enquanto os de esquerda, considerados radicais se centram nos valores da igualdade e da solidariedade. Juntando estes valores de esquerda e de direita parece-nos que seria de facto o ideal, mas de facto, de facto - o que nos parece extremamente negativo é que, constatamos que ser de Direita ou de Esquerda pode ser algo relativo e até mutante, uma vez que um partido, por exemplo, pode estar de um lado num momento e de outro noutra situação, agindo conforme um jogo de interesses. Por isso, muitos consideram estas definições enganosas, uma vez que os valores de cada grupo podem tornar-se contraditórios.

Enquanto que por vezes, seja aparente a muitos de nós, que o resultado de eleições não é mais que um jogo de cadeiras, hoje, e dado ao que tem acontecido no nosso país desde o passado 5 de Outubro, chega-se à triste conclusão daquilo que já vínhamos há algum tempo a desconfiar:  - há pessoas com  visões totalmente  maniqueístas das regras democráticas.

Ora, se tantos de nós, aliás pelos resultados eleitorais, e em abono da verdade, a grande maioria de nós Portugueses que se deram ao trabalho de votar, nos definimos de simplesmente democratas, e dizemos simplesmente para não cairmos na tendência de acrescentarmos palavras que possam ser associadas a partidos, que por vezes podem toldar e influenciar demasiado a visão de cada um que não consegue discernir muito bem sobre os interesses de um país num todo, e por isso acaba por ser influenciado a “ torcer” como se de um clube de futebol se tratasse; porque estamos nós, agora, a permitir que os nossos pensamentos e princípios profundamente democráticos sejam postos em causa por grupos menores que até aqui só serviram de retórica?

Assistimos a um autêntico Baile de Máscaras encaixando todos os limites da ambição de cada um dos intervenientes que decidiu pura e simplesmente, que, o que a maioria dos democratas deste país disse através do seu voto colocado nas urnas no passado 5 de Outubro não valia o que valia, mas sim o que eles, esses, os tais que perderam a noção do que significa ser democrata, quiseram e querem à revelia da maioria dos cidadãos – agora dá vontade de gritar o que eles andaram a gritar nas manifestações durante estes mais de 40 anos. “O povo é quem mais ordena” – porque o povo votou e expressou a continuação da democracia e não a ditadura que uma minoria nos quer impor.

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal

No Sótão da Gina somos unanimes no pensamento do – vive e deixa viver, e ainda mais pela pluralidade que vai muito além da discussão ou divisão na nossa sociedade entre esquerda e direita. Se por um lado ainda há franjas da nossa população que acredita aferradamente ou cegamente, apenas e só, nos princípios activos de uma ideologia, a grande maioria demonstrou nas urnas que consegue também analisar pessoas vs partidos, e por isso observamos que essa maioria de portugueses que se estende além-fronteiras, apresenta-se hoje perplexa por aquilo que uma dita minoria está a tentar empurrar com a barriga e ver se consegue levar-nos todos na sua avalanche de desmesurada ambição pessoal através de contínua lavagem cerebral. Por nós, podiam ir para a Venezuela que lá teriam excelente sucesso, mas adiante!

O Patriotismo destes pequenos grupos que nos tentam desviar da democracia é de bradar aos céus e posto tudo o que se tem passado, eis que nos resta aguardar por novos capítulos desta novela “Baile de Máscaras” onde cabe agora ao Presidente da Republica assegurar o equilíbrio constitucional de um país que é o nosso, decidir o que afinal, e de forma simplista, nós portugueses, cidadãos que votámos, pensávamos que já havíamos decido, mas afinal, não – porque alguém maniqueísta e de sorriso cínico decidiu mudar a fórmula no Excel à sua conveniência.

Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal
Sinceramente, no Sótão da Gina achamos que Portugal merece mais e melhor. Merecemos um esclarecimento: -  é urgente saber se é o povo que vota quem decide, ou se pelo contrário é permitido que outros alterem dados matemáticos a seu bel-prazer para servir os seus egos gigantes ou as suas ambições desmedidas. Esquerda, Direita e a Democracia em Portugal – precisa urgentemente de ser esclarecida - para nós eram novas eleições num menor prazo possível para devolver a confiança de que tanto precisamos. Viva Portugal! 

sábado, 31 de outubro de 2015

E afinal podemos comer o quê?

A conversa de hoje no Sótão da Gina  é mais um monólogo de opinião que outra coisa, pois é como que um enunciado da anfitriã que tem formação em Ciências da Nutrição, e que pode de alguma forma esclarecer quem ficou confuso com a informação transmitida pela comunicação social durante os últimos dias, sobre o consumo de carne e peixe e o deixou a fazer a pergunta do nosso título:  - e afinal podemos comer o quê?

No dia 26 de Outubro foi efectuado um comunicado de imprensa pela Organização Mundial de Saúde sobre a informação publicada pela  IARC - International Agency for Research on Cancer (Agência Internacional de Pesquisa para o Cancro) resultante de  monografias de 22 cientistas de 10 países que avaliam o consumo de carne vermelha e carne processada em termos de carcinogenicidade (serem ou não carcinogénicos).

Desta publicação, surgiram as mais diversas noticias algumas delas dando um toque cómico em vez de elucidativo e sério que o assunto merece. Como se não bastasse esta informação, a Global Footprint Network publicou no mesmo dia, um relatório sobre um novo estudo intitulado “Países mediterrânicos aquém de alcançar uma visão da região de desenvolvimento sustentável” que originou os mais diversos e controversos artigos sobre o consumo de peixe em Portugal. Ver comunicado aqui.

Entre os artigos sobre o consumo de carne e o consumo de peixe gerou-se a polémica onde entraram inevitavelmente os legumes e frutas com pesticidas e  gerou-se a pergunta comum a muitos:  - E afinal podemos comer o quê?

E afinal podemos comer o quê?
O comunicado de imprensa da Organização Mundial de Saúde, que pode ler aqui é obviamente sintético porque é dirigido à comunidade em geral e não à cientifica, por isso há que com rigor e honestidade intelectual, que compete aos órgãos  de comunicação social,  produzir informação interpretativa e adequada para não aterrorizar a opinião publica, mas pouco foi feito nesse contexto porque o sensacionalismo  é que vende, é que origina muito comentário e falatório.  Posteriormente e em tom de reparar os danos, alguns têm vindo a publicar artigos atestando que afinal não é tudo bem assim, e que talvez na moderação esteja a resposta.

Para a comunidade ciêntifica, creio que no texto sobre o resultado das monografias dos 22 cientistas que pode encontrar aqui, não há grande novidade a acrescentar ao que já era sabido, no entanto a informação     deveria ser transmitida à comunidade em geral, de forma descomplicada  e desmistificada. Dos que lemos em Portugal, o que achámos mais adequado foi este artigo do Observador que pode ler aqui 

Em termos práticos e esclarecedores, para quem nos lê e não esteja inteirado sobre este tema que se insere na nutrição e saúde, e que obviamente nos preocupa e interessa a todos, extraindo e resumindo das monografias a informação importante, conclui-se que o consumo ( a partir de)  mais de 100gr de carne processada poderá aumentar o risco de 17 ou 18% de contrair cancro - em especial o cancro colo-rectal, não pela carne em si, mas sim pelos produtos utilizados para o processamento das mesmas. Quanto à carne que não é processada,  há cientistas que tendem a associar o seu consumo a alguns casos específicos de cancro mas não têm evidência concreta e por isso fazem apenas o alerta da possibilidade.

Este artigo do Publico também tem algum interesse e pode lê-lo aqui.

E afinal podemos comer o quê?
As nossas linhas gerais do que se deve reter para a prevenção são:

1 - o consumo excessivo de qualquer alimento é nocivo, independentemente de ser carne, peixe, legumes ou frutas. Mais tarde ou mais cedo vai deixar depósitos excessivos de nutrientes ou químicos que serão mais dificilmente eliminados do organismo.

2- a probabilidade de  cada pessoa contrair cancro tem muito a ver com o ambiente onde a mesma reside, hábitos e metabolismo individual,  e ainda (talvez) a mais importante - a genética,  em vez de apenas e só pelos alimentos ingeridos.

3 – a dieta mediterrânica continua a ser até hoje a mais aconselhada para a manutenção de uma saúde ideal, mas há que ser comedida nas quantidades, e ajustada a cada individuo dependendo da sua actividade e idade. Excepção será feita àqueles que têm intolerâncias ou alergias alimentares a quem deve ser recomendada uma dieta específica e à sua medida.

4 – comer de tudo de forma variada e rotativa, não repetindo os mesmo alimentos em  três a quatro dias. Isto dará tempo ao organismo de se “limpar” de excessos de nutrientes ou químicos e assim não se “encharcará” dos mesmos que podem originar excesso de peso ou doenças metabólicas, ou ambos (como é o caso da diabetes).  

As conclusões a fazer serão diferentes para cada país, mas para os hábitos actuais em Portugal, é bem simples:  -   Come-se demais.
E afinal podemos comer o quê?

Não há necessidade de duas refeições quentes onde entra peixe e, ou carne em ambas, mais hidratos de carbono, legumes e fruta. Um dos erros crassos num prato “à portuguesa” é para dar um único exemplo: -  o bitoque acompanhado de ovo, batata frita, arroz e salada; a combinação de dupla dose de proteína com a dupla dose de hidratos de carbono não é de todo salva pela salada que nem sequer deveria ir no mesmo prato, porque jamais se misturam alimentos frios e quentes no mesmo recipiente.

A comunidade mais velha, por exemplo, acaba por contrair diabetes precisamente pela ingestão exagerada de alimentos, que pela sua condição mais sedentária, o organismo deixa de ter capacidade de os digerir e eliminar de forma adequada. Esta comunidade tem muito mais necessidade de se hidratar do que ingerir tanta quantidade de alimentos e é de lamentar que muitos vivam “encharcados” de medicamentos para corrigir os excessos, em vez de serem aconselhados a comer menos e de forma adequada não só à sua idade como às suas necessidades nutricionais.

E afinal podemos comer o quê?
Do Sótão da Gina esperamos que esta informação tenha sido um pouco mais esclarecedora e deixamos a mensagem para que não fique na dúvida, perguntando a si próprio “e afinal podemos comer o quê?” - Coma de tudo um pouco, de forma variada, equilibrada ao seu organismo, ajustada ao seu modo de vida, usando o bom senso e sem radicalismos. Se tiver historial de cancro na família, então aconselhe-se melhor com o seu médico.  

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ciclos com ou sem Alma


A conversa de hoje no Sótão da Gina é intensa e iluminada ao contrário deste dia cinzento de Outono. Falar sobre os ciclos de vida quando sentidos com a alma é definitivamente outra coisa, mas há quem ainda não tenha chegado a este estádio, e pelo tal, não sabe a diferença entre viver os ciclos da vida com ou sem alma.

Quando se menciona a palavra alma, há logo quem pense “pronto” lá vão elas falar de religião – mas não, nada disso; cada um terá, ou não, a sua e esse é um tema que não será abordado aqui no sótão, porque tal e qual como política e futebol, são temas que deixamos entregues aos  entendidos.

Segundo consta - Alma é um termo derivado do hebraico nephesh, que significa vida ou criatura , e também do latim animu, que significa "o que anima”; espiritualmente  significa o princípio inteligente do Universo, o ser real, circunscrito, imaterial e individual que existe no ser humano e que sobrevive ao corpo, estando sujeita à Lei do progresso, ou seja, a de se aperfeiçoar por meio da Reencarnação em várias encarnações progressivas até atingir a perfeição, o estágio de Espírito Puro, quando não tem mais a necessidade de reencarnar.

Em palavras simples e nossas - a alma – é o que dá sentido à vida.

Em palavras tecnológicas – a alma – é o nosso disco rígido – é nele que é gravado tudo o que somos e fazemos, mas há alturas que o melhor é, tal como num computador, formatar, e começar de novo, sendo que nunca é tarde demais para o fazer.

Ciclos com ou sem Alma
Mas falando concretamente dos ciclos na vida, e há vários – os astrológicos, os numerológicos, os que são identificados como fases da vida - a infância, adolescência, adulto e velhice, cremos que  os mais fascinantes são os denominados de  seténios, e vejamos porque o achamos.

Segundo consta nos estudos dos seténios, que se baseia na medicina tradicional chinesa e na antroposofia (dos gregos) - a vida é dividida em 10 fases, estabelecidas a cada 7 anos - sendo a primeira dos 0 ao 7 anos de idade, e assim por diante. A cada fase um novo ciclo começa, com mudanças em vários aspectos da vida de cada um.

Chineses e gregos foram os primeiros a observar que as mudanças biológicas e espirituais que ocorriam de sete em sete anos; razão pela qual chamaram as fases  de seténios. Se cada um respeitar o ritmo de cada seténio chegará certamente à décima fase, ou seja, 70 anos, com muito mais consciência e sabedoria.

Assim, depreende-se que o objectivo dos seténios, é alertar as pessoas das fases existentes na vida para que saibam das mudanças e as aproveitem de modo saudável, e em modo vigilante e desperto possam beneficiar das oportunidades de renovação, com pragmatismo e estímulo diário para um amanhã sempre melhor.

Ciclos com ou sem Alma

O modo vigilante e desperto é acompanhado de confiança do crer sem ver, do querer pelo sentir, em vez do ver para crer ou do nem querer sentir, ou ver ou crer. Este modo aguça a intuição, exercita-a e dá-lhe instruções para que participe cada vez mais nos ciclos e ajude a aperfeiçoar os dias. A razão, é por vezes um pouco inimiga e desmancha-prazeres, dificultando ou impedindo que a alma veja de forma límpida e iluminada, mas há que fazer silêncio e ouvir para ver melhor e sentir ainda de forma mais refinada.

Ninguém é perfeito, aliás segundo a teoria sobre a alma, se o fossemos já não estaríamos cá… mas se nos for dada a oportunidade de aperfeiçoamento continuo (?!) enquanto por cá andamos, porque não ouvir o que a alma nos diz e aprender a saborear melhor tudo o que fazemos?

Há quem entenda que as dificuldades são todas uma tragédia e passa por elas repetidas vezes sem sequer tentar modificá-las – mas também os há que sabem encará-las de frente e sem medo, num ciclo novo acordam mais atentos e despertos para o que lhes dá mais prazer.
  

Ciclos com ou sem Alma
No Sótão da Gina cremos por unanimidade que tudo tem uma razão de ser, e se chegar ao ponto de conseguir perceber como e porquê, os seus ciclos correram desta ou de outra forma, isso fará com que se aperceba também qual a sua missão em cada ciclo, e talvez até qual o projecto de vida que escolheu antes de cá chegar, e aí, talvez só aí, aperceber-se-á da diferença que existe em passar os seus ciclos com ou sem alma. Perdoem-nos a comparação metafórica, mas é quase como que comer um pastel de nata sem canela – ser bom é,  mas não é de todo a mesma coisa.   

E já vai sendo hábito deixar aqui um vídeo, uma música adequada, então aqui vai: Fechem os olhos e abram alma. 



domingo, 18 de outubro de 2015

Escolhas e a Capacidade de as Mudar

O assunto hoje no Sótão da Gina não é muito consensual, há quem pense que escolhas são para a vida e há quem creia que nas escolhas que faz, pode e deve ter a capacidade de as mudar se assim o desejar ou necessitar, por isso este tema “Escolhas e a Capacidade de as Mudar” vai ser debatido quase taco a taco entre as amigas deste sótão.

Escolhas e a Capacidade de as Mudar
Já quando somos crianças damo-nos conta que uns mudam de ideias facilmente e outros nunca mudam; quando nos reencontramos com amigos do passado achamos muito engraçado ver ex-colegas de escola com os mesmos gostos e até a mesma aparência de quando eram ainda crianças ou adolescentes, e outros que entretanto mudaram tanto que ficam irreconhecíveis aos olhos de quem os visionava e imaginava com outra imagem.

Tudo isto é normal. Tudo isto compõe a diversidade de carácter entre as pessoas. Tudo isto é positivo porque ajuda a um equilíbrio que se quer saudável.

Lembra-se da frase popular: - Se todos gostassem do amarelo? Pois é isso mesmo, é bom haver gostos diferentes, escolhas diferentes e a capacidade de as trocar também, porque só assim se consegue evoluir, subir outros degraus, ver novos horizontes com coragem e determinação, para o assumir e até o justificar se assim for necessário.

Escolhas e a Capacidade de as Mudar
Nada é para sempre, nem a morte – quem acredita na ressurreição bem sabe disso – portanto para quê ou porque amarrar-se a ideias pré-concebidas (?!), de algo que tem que ser assim para a vida se ela se quer evolutiva? Se nos foi concedido um livre arbítrio, porque não podemos conceber  mudar sem que sejamos de imediato criticados e apelidados de adjectivos pouco abonatórios à nossa integridade como por exemplo troca-tintas, mentirosos ou vira-casacas?!

Ter capacidade para mudar as escolhas que fazemos quando nos apercebemos que - ou escolhemos mal, ou aquela escolha já não faz sentido, ou simplesmente, porque evoluímos e já não gostamos nem pretendemos algo que no passado até nos dizia algo, pode não ser fácil porque a sociedade encarrega-se de todos os dias tentar ensinar-nos que devemos seguir regras iguais que normalmente estão conotadas com tradições ou modas.

Não é fácil mudar, nisso todos estamos de acordo e por isso muitos não mudam e acomodam-se numa vida do faz de conta, com padrões repletos de chavões e mais uma vez segundo a tradição ou a moda.

Há quem pense que não se deve mudar porque isso dá ideia de falta de carácter ou em casos mais extremos de dignidade.

Escolhas e a Capacidade de as Mudar
Quem vos escreve pensa mais como Jean-Paul Sartre: “Viver é isso: Ficar-se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências”, e atrevo-me a acrescentar que se deve avaliar a par e passo para melhorar o equilíbrio, mesmo que para tal haja necessidade de mudar as nossas escolhas, porque quem ganha não somos só nós mas também quem nos rodeia porque seremos sempre melhores pessoas - e é com este raciocínio que vos deixo depois de um debate bem aceso entre as amigas do sótão sobre escolhas e a capacidade de as mudar, à volta de chás e cafés bem aromáticos num dia chuvoso de Outono com uma cor cinzenta  que promete também mudar amanhã ou depois.


Já agora aproveitem, vejam este vídeo com o tema "Escolhas" de Sara Tavares que de certo modo vem ao encontro do que acabámos de  publicar.

Bom domingo! 


domingo, 11 de outubro de 2015

Optimismo e o Princípio de Pollyana

O Outono vai-se instalando e no Sótão da Gina a conversa centra-se na despedida dos dias  alegres ao ar livre,  e no reencontro de nós próprios com o aconchego do nosso lar, com o nosso eu, levando-nos a meditar se o princípio de Pollyana é de ter em conta para um optimismo tão necessário nestes dias que se avizinham cinzentos. 

Vive-se demasiado o negativo; ri-se ao ver cair, critica-se por criticar, espezinha-se quem publicamente erra, satiriza-se e perpetua-se o que de mais negativo a sociedade nos mostra, e se em vez disso começássemos a tentar mudar um pouco esta tendência, tornando-nos mais flexíveis, gratos, amigos e alegres? Como?!

- Que tal meditar no optimismo aplicando os aspectos positivos do princípio de Pollyana? 

Optimismo e o Princípio de Pollyana

Mas quem é Pollyana e o que é o tal “Princípio de Pollyana”?  

Pollyana é um romance de Eleanor H. Porter publicado em 1913, considerado um clássico da literatura infanto-juvenil, posteriormente utilizado num filme mudo em 1919 que bastante mais tarde, em 1960 deu origem a um filme a cores e com som.

Neste romance,  Pollyana, uma menina de onze anos, que após a morte de seu pai, um missionário pobre, vai morar noutra cidade, com uma tia rica e severa que ela não conhecia . No seu novo lar, passa a ensinar às pessoas, o "jogo do contente" que havia aprendido com o seu pai. O jogo consiste em procurar retirar algo de bom e positivo em tudo, mesmo nas coisas aparentemente mais desagradáveis. O optimismo, para além da bondade,  era o seu maior atributo.

Optimismo e o Princípio de Pollyana
Resumidamente, o “Princípio de Pollyana” baseia-se na história da menina que via tudo "cor-de-rosa", acreditando no melhor da vida e das pessoas, que ela consegue sempre sensibilizar pelo amor, bondade e pureza de sentimentos, sentindo-se capaz de transformar o mundo.

A autora presbiteriana, Eleanor H. Porter, focou nesta história um aspecto da evangelização cristã, de que é necessário procurar, incentivar  e manter a felicidade - o amor e o bem, mesmo nas situações mais difíceis e adversas, seguindo os princípios de Jesus Cristo, e curiosamente (ou não) apesar de tanto em psicologia como em sociologia, isto ter-se passado a chamar "Princípio de Pollyana", os autores raramente citam ou dão sequer a entender a origem cristã, secularizada, desse comportamento descrito.

Claro que em tudo se pode encontrar um aspecto negativo, e o princípio de Pollyana que alguns até satirizam de síndroma de Pollyana, quando em exagero pode resultar numa fuga da realidade, uma tendência amplificada de ver tudo cor-de-rosa, ser demasiado ingénua ou até ilógica ou inconsequente.

O bom senso é grande mestre de sabedoria  - este ajuda a utilizar e equilibrar o princípio de Pollyana para que os nossos dias tendam a ser vividos com muito mais optimismo e com mais cor mesmo que os céus se apresentem cinzentos.
Optimismo e o Princípio de Pollyana

Como?

No Sótão da Gina não temos fórmulas mágicas para nada, mas cremos que - se ignorar o ruído que não lhe faz falta, escutar os outros de forma imparcial e calma, se for altruísta, grato pelo que tem, se for capaz de sorrir para as pequenas coisas, como que,  saboreando as ínfimas conquistas,  e passar a palavra de que os seus dias valem mais a pena se coloridos - o optimismo, muito provavelmente começará a instalar-se em si, de maneira progressiva e equilibrada, contagiando em forma de onda gigante o “Optimismo e o Princípio de Pollyana” em toda a sua volta.  

Se gostou, comece por enviar este artigo aos seus amigos para que se sintam também contagiados por este optimismo e o princípio de Pollyana, e se tiver tempo veja ou volte noutro dia a ver o filme de 1960 que achámos um verdadeiro mimo para esta tarde domingo.

Clique aqui para ver o filme, vá buscar as pipocas e desfrute!



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Paixão ou Razão?

A conversa de hoje no Sótão da Gina é sobre as decisões que as pessoas tomam baseadas na sua forma de ser meramente apaixonada ou racional; e não, esta conversa não é de todo sobre amores e paixões nas relações, mas sim sobre a maneira de ser e estar na vida, em todas as circunstâncias ou questões em que cada um imprime a sua paixão ou a razão.

Paixão ou Razão?
A razão baseia-se em factos e dados concretos para posteriormente avaliar, julgar, planear e decidir o que é benéfico para si. A razão é assim como que uma capacidade calculista, egoísta até, que analisa e mede primeiro os riscos antes de tomar qualquer tipo de decisão.

Já a paixão não mede, não analisa, não pondera, não hesita, nem calcula nada; avalia, julga, avança ou recua conforme a emoção, ou o sentimento do momento, que é quase sempre, fortemente incentivado pelo estado de alma ou de humor.

Assim, pode-se concluir que a razão é egoísta e a paixão exacerbadamente altruísta.

Enquanto que a razão é teimosamente fria e a paixão obcecadamente quente, esta acaba por deixar-se arrefecer quando se apercebe que a razão não se deixa influenciar e caminhar de mão dada.

Paixão ou Razão?
Mas nem tudo é assim frio ou quente; ao que parece, existe como que uma batalha entre a paixão e a razão que por vezes chega a esbarrar no senso comum. Seguindo este raciocínio, a razão empurra-nos a agir de certa maneira, encontrando porém oposição nas nossas emoções ou paixões, tornando-se assim bem difícil a decisão.

Sendo criaturas racionais, perguntamo-nos: - devemos obrigar a razão a controlar as nossas emoções ou agir em conformidade com as nossas paixões? E a nossa resposta é que o ideal é sempre o equilíbrio, (aliás) em tudo, e neste tema também não poderia deixar de o ser.

Paixão ou Razão?
No Sótão da Gina a opinião geral é que - seres racionais mas pensantes que somos, deveríamos encontrar o equilíbrio entre a razão e a paixão – de forma que permitisse o senso e bem comum na decisão, com o mesmo calor da emoção, para nunca ter de decidir entre paixão ou razão.

Enquanto medita neste assunto, visualize este vídeo e pense no equilíbrio entre estas duas vozes que apesar de normalmente cantarem temas diferentes como o Fado ou a Morna,  conseguem enquadrar-se de forma tão perfeita, neste Fado - "Por Sombras Me Dei à Luz" com letra de Fábia Rebordão, musica de Jorge Fernando e interpretado aqui pela autora Fábia Rebordão e Lura, cantora crioula de ascendência cabo-verdiana.




sábado, 12 de setembro de 2015

Um Tempo só Para Mim

Que mulher não disse uma vez que fosse – preciso de um tempo só para mim? A conversa de hoje no Sótão da Gina centra-se nesta frase que é um clamor mais pronunciado pelas mulheres, muito embora, alguns homens sintam também alguma empatia por esta necessidade, e de quando em vez soltem a – “preciso de um tempo só para mim”, por ser uma verdadeira necessidade a qualquer ser humano.

Porque dizemos que esta frase “preciso de um tempo só para mim” é um clamor ou uma necessidade mais das mulheres?

Um Tempo só Para Mim
Porque de maneira geral, são poucos os homens que sabem ou gostam de estar sozinhos a desfrutar da sua companhia, a regenerar energias; normalmente, o tempo livre que possam ter ou do emprego ou das famílias é quase sempre preenchido entre amigos.

A mulher que por regra, vive para além da sua, a vida dos pais, dos filhos e algumas até a dos netos, nem nas férias consegue desligar dessas vidas para ter finalmente o tal tempo só para si, e embora diga mentalmente ou entredentes “preciso de um tempo só para mim” vai deixando que o tempo passe e lhe tome conta de todo o tempo que tem e não tem para os outros, sem lhe restar nada para si.

Um Tempo só Para Mim
De facto, esse tal tempo só para si, nem precisaria de ser muito em quantidade para com qualidade lhe renovar a alma, o ânimo, e retemperar as energias gastas e desgastas no seu cotidiano, quase sempre preenchido pelos afazeres das tais várias vidas, que tomam como também suas, bastasse para tal ela saber desligar.

Um banho de imersão com sais calmantes e bem cheirosos, acompanhado por música especifica para relaxamento poderia ser um começo, ou um passeio à beira-mar inalando a maresia enchendo-lhe os pulmões de novo alento - poderia ser a leitura de um livro no campo e intercalar com um olhar divagante pela natureza – poderia ser de facto qualquer coisa que lave a alma e a liberte da tensão que é viver a vida dos outros que ela ama.

Poder podia, mas muitas vezes não é, não pode ser, porque é ela, a própria, a dita mulher que o impossibilita porque é incapaz de desligar o fio condutor entre ela e os seus ente-queridos, mesmo por pouco tempo que seja.

Um Tempo só Para Mim

Há excepções – em tudo e em todos se encontram excepções – mas de maneira geral a mulher é mesmo assim, e mesmo bradando ou dizendo entredentes “preciso de um tempo só para mim” vai oferecendo de forma altruísta o que tem e por vezes lhe faz falta – um tempo livre para tirar o relógio e usá-lo como quiser.

No Sotão da Gina deixamos a dica – faça algum tempo para si, antes que ele, esse maroto do tempo lhe fuja e anuncie à família que como precisa de um tempo só para si, que o vai começar a desfrutar introduzindo-o como rotina que aos poucos os seus agradecerão porque a verão bem mais feliz.


Como incentivo, aqui vai um vídeo de Kitaro – Silk Road para o tal banho de imersão! Desfrute!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Ai que Saudades!

Em pleno Agosto dizer “eu tenho é saudades do Verão” parece ser um bocadinho … como colocar isto de forma diplomática? – hum… parvo, mas adiante, porque provavelmente  a conversa de hoje no Sótão da Gina fala de saudades que vão para além do Verão, ou daquelas pessoas que nunca estão satisfeitas e têm saudades de tudo de ontem e de anteontem, e que passam a vida a dizer “ai que saudades”.

Quem não conhece um bom punhado de pessoas que passam a vida a dizer “ai que saudades”?

Quem não conhece pessoas que passam a vida a dizer “ai que saudades, antigamente é que era isto e aquilo…”?


Ai que Saudades!
Porque será que os portugueses têm assim tantas saudades e especialmente do ontem,  ou do antigamente? Será que os seus ontem foram assim tão bons? Temos as nossas dúvidas.

Diz-se que a palavra saudades só existe no léxico português – mas sabemos que não é bem assim; acontece, é que em alguns outros idiomas é necessário juntar outras palavras como por exemplo em espanhol “te echo de menos”  para dizer que temos saudades de alguém, enquanto que por exemplo em inglês a palavra “longing” e em francês “manquer” já têm o significado  de saudades.

O exagero de dizer que a palavra saudade ou saudades só existe em português é na mesma quantidade utilizado para dizer que se tem saudade disto e daquilo, esquecendo-se do bom ou excelente que tem nesse mesmo momento e à sua frente.

Ai que Saudades!
"Insatisfazível" forma de viver ou apenas ser seres exagerados (?!), nunca conformados com o que têm? Esta maneira de ser e estar faz com que não se aprecie o aqui e agora que se está a viver aproveitando todo o sabor, todo o calor, todo o cheiro, toda a maresia, todo o toque, todo o sentimento, toda a cor, todo o som, todo o ar puro e agradavelmente respirado, inspirando para agruras que a vida por vezes nos lança para ver se tropeçamos ou se sabemos balancear de forma a não cair.

Por aqui no Sótão da Gina apenas temos saudades, de em Agosto, quando se ia jantar a um restaurante com esplanada à beira-mar ao pôr-do-sol , não se dizia “sunset” e para aperitivo pedia-se um gin tónico não sendo necessário dizer mais nada, porque sabia-se de antemão que éramos servidos um gin de uma qualquer boa marca utilizada na casa, com água tónica, um pouco de gelo e uma rodela de limão num copo  alto, ponto final. Nos dias que correm, perguntam-nos se fomos a um “sunset “ e tomámos um gin tónico da marca que se tem de escolher de uma lista de dúzias, com água tónica da marca x, y ou z, e com coisas coloridas a boiar que não sabemos de todo para que servem, dentro de um copo enorme cheio de gelo, que no tal tempo do qual temos saudades, estes, eram os copos onde se degustava vinho tinto, de preferência de excelente qualidade.

Gostos não se discutem, saudades tão pouco, e  tendências de moda muito menos.


Viva o Verão, aproveite todo o pôr-do-sol que se lhe apresente a cada dia,  e brinde com a sua bebida preferida que aqui no Sótão da Gina faremos o mesmo.

Já agora, se gostar dos Expensive Soul, ouça, cante e dance o seu tema "Saudade"


terça-feira, 21 de julho de 2015

Luxo, Requinte ou Privilégio?

 Estamos em pleno Verão e no Sótão da Gina pensa-se e conversa-se sobre férias e de repente solta-se uma gargalhada à volta do uso e abuso da palavra “luxo” em Portugal; questiona-se o seu verdadeiro significado comparando o luxo com requinte ou o simples privilégio.


Luxo, Requinte ou Privilégio?
Luxo, Requinte ou Privilégio - apenas questões de semântica? Talvez sim, talvez não, ou talvez ainda mais a importância que se dá a cada uma destas palavras.

Vejamos os significados de acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa:

lu·xo |ch|
(latim luxus, -us)
1. Modo de vida que inclui um conjunto de coisas ou actividades supérfluas e aparatosas. = GALA, OSTENTAÇÃO, POMPA
2. Grande quantidade.
3. Bem ou actividade que não é considerado necessário, mas gera conforto ou prazer.
re·quin·te
1. Apuro, perfeição meticulosa e exagerada.
2. Quinta-essência; o mais alto grau; exagero.
Palavras relacionadas: super-requintado, requintado, requintar, requinta, requintadamente, sibaritismo, metafisicismo.
pri·vi·lé·gi·o
(latim privilegium, -ii, lei de excepção, favor)
1. Direito ou vantagem concedido a alguém, com exclusão de outros.
2. Título ou diploma com que se consegue essa vantagem.
3. Bem ou coisa a que poucos têm acesso.
4. Permissão especial.
5. Imunidade, prerrogativa.
6. Qualidade ou característica especial, geralmente positiva. = DOM 

Mas estávamos a pensar em férias e a falar sobre locais para as mesmas, e ao procurar os ditos, reparámos que as descrições são tão exageradas que têm mesmo de ser analisadas à lupa por um lado, mas por outro, depende muito daquilo que cada um de nós prefere e considera importante nos seus dias de lazer.
Luxo, Requinte ou Privilégio?
Pessoalmente, preferimos de longe um bom privilégio, daqueles que nem custam qualquer moeda que seja; ao contrário do luxo que está sempre conotado com gastos avultados em qualquer câmbio, em qualquer recanto deste planeta. 

E umas férias que são um privilégio recheado de requinte? O que são para si?

Esta conversa hoje vai mesmo cheia de insinuações sugestivas de tudo ou de nada só para espevitar as ideias de quem nos lê e levá-los a pensar nas palavras luxo, requinte, privilégio, férias e meditar no que lhe apraz em vez de seguir a onda que está mais na na moda, a mais trendy, a mais in – depois contar-nos como foi, se deu mais resultado, se foi mais ao encontro das suas expectativas.
Luxo, Requinte ou Privilégio?
Por cá costumamos dizer que não gostamos da palavra luxo, por vezes até dizemos que a detestamos mas isso já é uma forma de expressão exagerada… mas há quem goste, e gostos não se discutem.

Montanha, cidade, praia, casinha à beira-mar ou no campo, tenda de campismo ou ficar em casa a relaxar e fazer aquilo que normalmente não consegue fazer nos dias de trabalho pode ser um privilégio cheio de requinte e igual a dias passados num resort de luxo em qualquer parte do mundo, porque no final das férias o importante é chegar à conclusão que na verdade (verdadinha) descansou o corpo e a mente e está preparadíssimo/a para mais uma ano de trabalho.


Luxo, Requinte ou Privilégio?
No Sótão da Gina cremos que as férias devem ser cheias daquilo que melhor se ajusta às suas necessidades e prazer - sejam cheias de luxo, requinte ou privilégio – desfrute da melhor forma. 

domingo, 12 de julho de 2015

Democracia, Liberdade, Libertinagem ou má Educação?

As conversas no Sótão da Gina não têm sido registadas de forma escrita com a assiduidade desejada por falta de tempo e não por falta de temas - esses são muitos e abundam no nosso quotidiano, originando muitas vezes um barulho ensurdecedor sobre assuntos ou quezílias que vão do mais sórdido ao curioso, mas para não cansar quem nos lê, hoje no sótão quase em tom inquietante, falamos e barafustamos sobre democracia, liberdade, libertinagem ou má educação.
Democracia, Liberdade, Libertinagem ou má Educação?
Desengane-se se pensa que vamos falar de política – nada disso – pensamos que meio mundo crê que sabe tudo sobre esse assunto e  expressa-se como tivesse mestrado e isso já chega quanto baste; no entanto achamos que o assunto está melhor entregue aos politólogos já que quanto aos políticos depende...  de resto, os politólogos andaram mesmo a “queimar as pestanas” para perceber do assunto – pena que muitos estejam à partida inclinados para uma lado ou para outro dando assim opiniões pessoais em vez de oferecer teses objectivas e isentas de inclinações, mas adiante!

A interlocutora é do tempo da “não democracia” em Portugal, ou seja, viveu em e sobreviveu  uma ditadura até aos 15 anos – coitada…

Coitada? Nada de coitada – para uma jovem que até era amiga de uma outra jovem cujo pai era funcionário da Pide, e teve uma professora que era esposa de um outro funcionário da Pide e viviam todos no mesmo prédio e visitavam-se e reuniam-se em tertúlias no café da zona, nunca houve o mais pequeno problema! E porquê? Quiçá, porque na altura não havia a cultura do “malhar” na política e nos políticos como passou a haver e vai de tal forma em crescendo que quem não o faz parece não pertencer a este mundo.

Tem-se confundido muito o viver sem liberdade de expressão política com outras coisas que nada têm a ver. Baralha-se tudo no mesmo saco. É a confusão total para quem não viveu esses tempos!

Quem os viveu e não tinha, já na altura, qualquer interesse em falar de política não lhe fez mossa nenhuma, porque na verdade o que fez alguma diferença ou prejuízo para alguns, foi o facto do regime ditador de então,  causar atraso no desenvolvimento do país – ponto final paragrafo e posto de uma forma simplista e directa de uma jovem que viveu esses tempos.

Entretanto tanta água passou debaixo da mesma ponte que o leito já começa a ficar gasto e desgasto de tanto se falar e deliberar sobre a liberdade, e em grande velocidade vai escorrendo deliberadamente, a quem lhe convém (claro está), para a libertinagem, desaguando num pântano de má educação, de quem nunca a teve e não reconhece como um bem essencial de uma sociedade que se diz democrática.
Democracia, Liberdade, Libertinagem ou má Educação?
Se por um lado viver em democracia é algo positivo porque dá direito a cada cidadão de votar e expressar a sua opinião sobre os mais variados assuntos que envolvem a política e políticos, a libertinagem move-se por objectivos meramente egoístas, egocêntricos e mesquinho-pessoais em conjunto com uma má formação pessoal – vulgo má educação = má criação, ou até vulgo muita falta de chá -  é algo altamente tóxico e corrói a sociedade, que a bel-prazer da globalização vai-se multiplicando como se de um vírus se tratasse.

Interesses? – Sempre – os deles, os libertinos  olham apenas para o seu umbigo e esquecem ou não querem saber que viver em sociedade democrática não basta apregoar umas quantas teses sobre ser-se de esquerda, de direita ou de centro - é preciso bem mais que isso – é preciso e urgente ser-se uma sociedade civilizada.

Democracia, Liberdade, Libertinagem ou má Educação?
Aqui no Sótão da Gina não temos nem remédio milagroso nem a cura para o vírus da libertinagem ou má educação em liberdade e democracia, mas que hoje a conversa foi bem acesa e barafustámos que nos fartámos, lá isso não podemos negar. E você que nos lê? Que acha? Nós depois disto, vamos até à praia desanuviar porque estas conversas com tanta mulher a protestar dão uma grande trabalheira e são desgastantes J.


Um resto de bom domingo! 
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